terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Academia Brasileira de Letras do Futebol completa 1 mês e tem três representantes do Paraná

Publicado por Bem Paraná

Por Lycio Vellozo Ribas

A Academia Brasileira de Letras de Futebol (ABLF) completa nesta terça-feira (12) um mês de fundação. A ideia é uma iniciativa de nomes como o piauiense Severino Gomes de Oliveira Filho para escritores de livros de futebol, nos moldes da Academia Brasileira de Letras. Três desses representam o Paraná: o advogado e cronista Carneiro Neto, o professor Heriberto Ivan Machado e o advogado e publicitário Ernani Buchmann, que é nascido em Joinville, mas veio ainda jovem para Curitiba e está radicado no Paraná – foi presidente da Academia Paranaense de Letras e também do Paraná Clube.

“Minha iniciativa, abraçada por inúmeros companheiros de literatura do futebol, tem por finalidade valorizar um pouco mais o nosso trabalho, uma vez que, embora estejamos no país do futebol, mais parece que escrevemos uma literatura marginal, tal o descaso de uma forma geral”, afirmou Severino Filho, conhecido como Buim, referência em pesquisa do futebol do Piauí e organizador da Academia Brasileira de Letras do Futebol.

A ABLF foi fundada no dia 12 de novembro de 2023. Para compor o quadro de membros fundadores, foram adotados alguns critérios. São admitidos escritores que já sejam da Academia Brasileira ou de alguma outra Academia Estadual. Também são admitidos escritores que publicaram livros até 1979, valorizando quem apostou na publicação de livros de futebol num período bem mais difícil. É o caso da professora doutora Maria do Carmo Leite de Oliveira, da PUC-RJ, autora de ‘Futebol: Fenômeno Linguístico’, publicado em 1974. Ela é a primeira mulher a escrever um livro com o tema futebol no país e está no quadro da academia.

Por fim, podem entrar escritores com mais de cinco livros publicados sobre futebol. “Neste caso, existem muitos autores, mas é preciso que ele queira participar”, afirmou Severino Filho. “É importante ressaltar que procuramos a obra (ligada a futebol) sem restrição do gênero literário. Pode ser história, almanaques, poesia, linguística, crônica, humor, não importa. O que vale é o sentido voltado para valorizar a publicação de livros de futebol”.

Segundo Severino Filho, o lançamento oficial da Academia deverá ocorrer na segunda quinzena de janeiro ou primeira de fevereiro. Os registros estatutários estão sendo feitos em São Paulo. A partir daí, funcionará como a Academia Brasileira de Letras. Uma vez composto o quadro de 40 acadêmicos, o processo para novos membros será o de eleição, quando houver vacância. Nas eleições, ganhará quem obtiver mais votos. “Havendo empate, (é escolhido) quem tiver mais livros publicados”, afirmou Severino Filho.

Ernani Buchmann, que está na Academia Paranaense de Letras desde 2004, será o dono da cadeira 17 na ABLF. “Me chamaram faz uns 10 dias. Acho uma iniciativa de alto gabarito. Temos grandes literatos e escritores produzindo matérias sobre futebol. Caso do Ruy Castro, como foi o Nelson Rodrigues, Armando Nogueira… Fico muito orgulhoso de ter sido incluído entre os 40 integrantes”, afirmou ele.

“Foi o Ernani quem me trouxe a notícia de que (a ABLF) vai ser instalada. Meu nome havia constado em razão dos livros de futebol que escrevi”, disse Carneiro Neto, jornalista esportivo há 60 anos e que integra a Academia Paranaense de Letras desde 2016. “Fiquei satisfeito, sensibilizado, agradecido. Espero honrar as tradições do estado como representante nesta nova academia”. Na ABLF, ele terá a cadeira 18.

Heriberto Machado foi convidado para a academia no dia 28 de novembro e aceitou. Será o dono da cadeira número 14. No Paraná, é quem mais publicou livros de esportes, sozinho ou em parcerias – 20 ao todo, incluindo os álbuns de figurinhas de Copas do Mundo. “Para alguém que dedicou a vida a pesquisar e a documentar o desporto no Paraná, é uma honra ser lembrado por pessoas que também fazem esse tipo de trabalho no Brasil. A criação da academia, com 40 cadeiras, nos moldes da Academia Brasileira de Letras, vem premiar o trabalho dessas pessoas que se dedicam a pesquisar, catalogar e documentar o futebol no Brasil”, afirmou ele. “Para mim é uma honra muito grande, tendo em vista esses 61 anos de pesquisa que venho fazendo ao longo da vida”.